O Emissions Gap Report 2022 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente traz o resultado alarmante de que para manter o aquecimento global em até 1,5ºC no século XXI, as emissões de gases do efeito estufa (GEE) precisam ser reduzidas em 45% em um prazo de oito anos, até 2030 e, posteriormente, devem continuar caindo até alcançar a neutralidade de carbono ou net zero (PNUMA, 2022). Segundo esse relatório, o Brasil figura-se, hoje, como o 4º país com mais emissões per capita no mundo, a despeito do seu potencial e vocação para se tornar uma liderança de economia verde. Nesse quadro de necessidade de mudança, o financiamento para investimentos ambientais e climáticos é central para uma guinada no estilo de desenvolvimento dos países. Songwe et al (2022) enfatizam a necessidade de que seja colocado em prática um grande esforço de investimentos, no qual cada país estabeleça uma estratégia nacional de investimentos articulados para se alcançar as metas climáticas. O presente estudo parte dessa realidade de emergência climática para propor um arcabouço de financiamento, que promova a coordenação de políticas públicas que alavanquem investimentos públicos e privados. Esse conjunto de investimentos demanda planejamento de forma a buscar complementaridades e compensações de modo a produzir um ciclo virtuoso de transição para uma economia de baixo carbono, ao mesmo tempo em que gere crescimento econômico, empregos e distribuição de renda. Essa visão está consubstanciada na abordagem cepalina de Big Push para a Sustentabilidade, ou o grande impulso para a sustentabilidade no Brasil (GRAMKOW, 2019).
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LC/BRS/TS.2023/7